05 ago Propriedade intelectual gerada a partir de pesquisas é estratégica para empreendedores
A Propriedade Intelectual gerada a partir de pesquisas realizadas em universidades e institutos é um recurso estratégico para empresas inovadoras, especialmente startups de base tecnológica. Para isso, os NITs (Núcleos de Inovação Tecnológicas) dessas instituições têm aprimorado cada vez mais suas políticas de inovação e ampliado as possibilidades para que as invenções sejam canalizadas para o mercado e se transformem em soluções para a sociedade.
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O tema foi discutido no último webinar realizado pela Fundação Fórum Campinas inovadora (FFCi) no dia 29 de julho e contou com a participação de especialistas da Fundepag (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio), Agência de Inovação Inova Unicamp e PUC-Campinas. No encontro, também foi feito o lançamento do programa “Transforme sua pesquisa em negócio”, que está com inscrições abertas até dia 20 de agosto (leia mais aqui).
Luciana Teixeira, do Núcleo de Inovação Tecnológica da Fundepag, ressaltou a importância da proteção das patentes e o papel estratégico dos NITs – responsáveis pela política de inovação das instituições – como viabilizadores da transferência das invenções para a sociedade.
Segundo ela, os Núcleos não são apenas órgãos técnicos, mas também têm a função de avaliar o potencial das invenções em resolver problemas reais e transformar em uma inovação. “Queremos que as invenções sejam transferidas para a sociedade, tanto por uma empresa quanto pela criação de um novo empreendimento. Como NIT, nós não queremos que as invenções fiquem nas prateleiras da academia”, afirmou.
Por isso, a importância da relação entre pesquisadores e empreendedores tem ficado cada vez mais clara para os atores do ecossistema. Raquel Barbosa, diretora de propriedade intelectual da Agência de Inovação Inova Unicamp, explica que essa parceria pode ocorrer por dois pontos de partida: a partir da sociedade que demanda a criação de produtos ou serviços para resolver problemas atuais ou a partir da academia que possui tecnologias, mas precisa viabilizá-las para o mercado.
“As universidades possuem capital intelectual e desenvolvem tecnologias para resolver problemas, mas que precisam ser adequadas ao mercado. Por outro lado, na maioria das vezes, quando nascem, as startups não possuem infraestrutura própria de pesquisa e desenvolvimento e, por isso, a parceria com pesquisadores dessas instituições é fundamental”, afirma.
Para startups interessadas nessas parcerias, Raquel explica que empreendedores podem, entre outras possibilidades, pedir consultoria nas universidades, solicitar o compartilhamento de laboratórios e fazer projetos de desenvolvimento complementar. “Tudo isso é feito por meio de contratos que garantem segurança jurídica para ambas as partes, com apoio técnico dos NITs.”
Dessa forma, a proteção dos resultados de pesquisa é fundamental e garante uma vantagem competitiva para as empresas, pois é possível obter exclusividade na exploração comercial durante a vigência da patente. “Isso faz com que o pesquisador tenha o reconhecimento da sua contribuição intelectual. Além disso, há mais interesse por parte das empresas em licenciar tecnologias já protegidas por ter sua exclusividade garantida”, acrescentou Luciana.
Para as startups, essa exclusividade permite eliminar concorrentes e obter vantagem competitiva. “A proximidade do empreendedor com a universidade é diferencial em relação aos concorrentes, mas a patente é o fator que pode aumentar a lucratividade da startup, pois ela será única e irá atrair mais investidores. É a possibilidade dessa empresa migrar do oceano vermelho para o oceano azul”, acrescentou Raquel.
Inovação aberta veio para ficar
O conceito de open innovation – inovação aberta – tem ganhado cada vez mais espaço e garantindo que a inovação ocorra de maneira colaborativa entre empreendedores, pesquisadores e investidores. No entanto, apesar da mudança do mindset sobre essa colaboração, há sempre muitas dúvidas sobre como ocorre a divisão da titularidade.
Segundo Diane Teo de Moraes, gerente de projetos NIT da PUC-Campinas, essa questão deve ser amplamente discutida nessas parcerias de acordo com os interesses dos envolvidos. “Agora, as universidades estão trabalhando com modelos mais flexíveis. Antes, a propriedade intelectual era exclusivamente da universidade. Hoje elas conseguem trabalhar em outros modelos que garantem que essa inovação colaborativa ocorra de forma mais eficiente.”
Entre as possibilidades, segundo Diane, estão a divisão da propriedade intelectual e exclusividade de exploração comercial por parte da empresa com licença por um período determinado.
Com isso, neste sistema colaborativo, tanto pesquisadores quanto as empresas conseguem acelerar o desenvolvimento de invenções, gerando ganhos significativos à sociedade. “Quando se transforma a pesquisa em um negócio, não é apenas um resultado financeiro, mas social, pois resolve problemas da sociedade”, acrescentou Raquel.
Programa treina pesquisadores para empreender; inscrições estão abertas!
Durante o webinar também foi feito o lançamento do programa “Transforme sua pesquisa em negócio”, voltado para que pesquisadores desenvolvam habilidades empreendedoras e sejam capacitados para levar à sociedade soluções inovadoras com base nos resultados de suas pesquisas. O projeto, realizado pela Fundação Fórum Campinas Inovadora (FFCi), prevê, entre outros, um prêmio de R$ 3 mil ao vencedor. As inscrições podem ser feitas aqui e seguem até 20 de agosto.
Para o vice-presidente de Relações Institucionais da FFCi, Newton Frateschi, o objetivo do programa é estimular o empreendedorismo entre pesquisadores. “Na ponta, onde se produz conhecimento, essa cultura empreendedora não é clara”, afirmou.
Podem se inscrever mestrandos, doutorandos e demais pesquisadores de instituições públicas e privadas de todo o país. O programa será totalmente online e inclui treinamentos de Lean Canvas e de Pitch, em que os participantes serão orientados sobre como elaborar um modelo de negócio e como apresentá-lo à banca de especialistas durante a final. Os inscritos também passarão por mentorias com profissionais de diversas áreas.
O programa tem início em agosto e segue até outubro, quando será realizada a final – com a apresentação do pitch e escolha do vencedor – durante a 8ª edição do Inova Trade Show. Além do prêmio de R$ 3 mil, o vencedor escolhido pela banca poderá utilizar por três meses o coworking do Espaço Mescla, da PUC-Campinas, e participar do Programa de Aceleração da Universidade. Também será selecionado um participante com pesquisa focada na área de saúde que esteja entre as 10 melhores colocadas para pré-aceleração no Hub Mandic.
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Assessoria de Imprensa – FFCi
Contato: Bruna Mozer
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