A Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP começou a ser constituída a partir de 1962, mas, foi em outubro de 1966 que se deu o lançamento da pedra fundamental e a partir daí a instalação e o funcionamento dos Institutos de Física, Matemática, Biologia e Química, e das Faculdades de Engenharia, Tecnologia de Alimentos, Ciências e Enfermagem, e os Colégios Técnicos. Em dezembro desse mesmo ano, o médico e professor Zeferino Vaz é nomeado ao cargo de Reitor da recente Universidade. O Estado de São Paulo detinha quase a metade da capacidade industrial do país e Campinas se destacava entre as cidades do interior paulista. Sob o comando de Zeferino Vaz, os Institutos que foram criados, assim como as Faculdades, tinham como objetivo aliar Pesquisa e Ensino, para que a Universidade contribuísse com o desenvolvimento industrial e social do Brasil, e assim menor dependência do exterior.
Logo no período de fundação, o importante físico russo-italiano Gleb Wataghin aceita a posição de Professor Titular do novíssimo Instituto de Física, que posteriormente passaria a ser nomeado como Instituto de Física Gleb Wataghin-IFGW. Além disso, a UNICAMP, mesmo como um berço de pesquisa, ensino e extensão social recente, rapidamente consolidou sua tradição educacional e de importantes avanços científico-tecnológicos. A importância dos trabalhos desenvolvidos pôde ser observada já em 1970, quando a Universidade firma-se como forte polo de pesquisa e de integração cultural, envolvendo nesse processo importantes nomes como César Lattes, André Tosello, Sérgio Porto, Gleb Wataghin, Vital Brasil, Marcelo Damy, José Ellis Ripper Filho, João Manuel Cardoso de Mello, Rogério César Cerqueira Leite, Giuseppe Cilento e Benito Juarez, entre outros.
A formação da identidade acadêmica se observa de pronto na idealização figurada do logotipo da UNICAMP, que carrega a concepção de conhecimento e atuação ética da Instituição. Idealizado pelo Reitor Zeferino Vaz, e concebido pelo artista plástico Max Schiefer e pelo arquiteto João Carlos Bross, o logotipo carrega o simbólico significado do conhecimento “numa forma amorfa e sem contorno”, levando à noção de que a Universidade se propõe a ser um polo de multi desenvolvimento desde sua fundação. Rapidamente, observam-se no percurso histórico vários pioneirismos e frentes de grande avanço cultural, tecnológico, biológico e nas áreas médicas.
Em 1989, a UNICAMP reequipou os Laboratórios e instalou o computador 3090 da IBM, tornando-se a primeira Universidade latino-americana a receber tal equipamento. Além disso, no mesmo ano ocorre um importante avanço institucional, quando as Universidades paulistas recebem autonomia institucional e financeira do Governo do Estado de São Paulo. Imediatamente no ano seguinte, a UNICAMP firmou convênio com o Ministério de Relações Exteriores e com a Agência de Cooperação Internacional do Japão-JICA no campo da transferência de tecnologia. Ainda nos anos 1990, o Ministério da Ciência e Tecnologia transfere à Universidade valor financeiro significativo em verbas pelo Programa de Apoio a Núcleos de Excelência-PRONEX, graças a projetos aprovados.
Em seguida, em 2001, a Universidade se tornou sede do Centro Nacional de Referência em Energia de Hidrogênio e, em 2002, a UNICAMP e a EMBRAER firmam uma parceria para o Curso de Extensão em Engenharia de Software para Indústria Aeronáutica. De modo geral, a UNICAMP se destaca pela vastidão de suas áreas de Pesquisa de excelência, com diversas premiações nas áreas da Saúde, publicações internacionais relevantes, e projetos patenteados, entre outros.
Contudo, os aspectos inerentes à qualidade da Pesquisa se faz presente devido à existência de planos de ações em âmbito institucional, científico, cultural, educativo e inter relacionados com outras Instituições e empresas. Em 2002, essa postura foi formalizada no estabelecimento de Plano Estratégico, fundamentado em uma gestão estratégica de processos e de projetos para melhor análise e execução das ações da Instituição, visando aproveitar as amplas capacidades da Universidade para assegurar o seu desenvolvimento.
Perante tais conformidades, os objetivos da Universidade, de acordo com o Planejamento Estratégico 2021-2025, alinham-se por meio de dimensões como “Resultados para a Sociedade, Excelência no Ensino, na Pesquisa e na Extensão, bem como Excelência na Gestão”. A partir desses objetivos, torna-se claro o comprometimento com a promoção da cultura, da inovação e da extensão, e, igualmente, com a construção de conhecimento aprimorando a cooperação dialógica entre a sociedade e a Instituição. De maneira alinhada, a UNICAMP busca fomentar as pesquisas de maneira integrada, assumindo protagonismo frente aos desafios da sociedade contemporânea, buscando permanentemente excelência nas diversas áreas de atuação, mantendo o compromisso institucional e em consonância com a Constituição Federal de 1988, bem como atualizada com as necessidades de responsabilidade global definidas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável-ODS das Nações Unidas, com os quais a Instituição mantém firme compromisso.
De maneira prática a UNICAMP vem inovando desde o início do presente século principalmente por meio de patentes. Em 2004, e ainda recém criada, a Agência de Inovação INOVA bate recorde no licenciamento de patentes, e isso figura de maneira contínua no cenário da Instituição. Vale ressaltar que o compromisso com o desenvolvimento centífico-tecnológico e cultural tem tornado a Região Metropolitana de Campinas-RMC uma referência notável como hub de Pesquisas em Ciência e Tecnologias de primeiro nível, no contexto nacional e também internacional.
A instalação da Universidade em 1966 contribuiu para imprimir à região de Campinas a conotação de um atrativo polo empresarial, dada a expressiva capacidade da Universidade em formar profissionais altamente qualificados, o que se tornou um atrativo para que as empresas se instalem na região. Os estudantes oriundos de diferentes localidades, atraídos pelos Centros de excelência, contribuem com a diversidade cultural da região, sendo que muitos permanecem após o término de seus cursos para trabalhar e empreender em setores especializados. A Universidade, em 2022, contabilizou mais de 1.700 docentes, sendo 98% com titulação de Doutores.
Além disso, a UNICAMP desde 2008 tem desenvolvido o Parque Científico e Tecnológico da Universidade que, em parceria com a Agência de Inovação INOVA, é uma referência na área, tornando-se também responsável por 80% da produção tecnológica da Região Administrativa de Campinas. Além da UNICAMP, a Região Metropolitana de Campinas – RMC sedia também Centros Universitários que formam profissionais graduados e tecnólogos em várias áreas, e outras Universidades, tanto privadas como filantrópicas, caso da Pontifícia Universidade Católica de Campinas configurando um efetivo e relevante polo acadêmico.
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