26/09/2024
O aquecimento global já entrou na agenda dos principais países do mundo, prova disso são os acordos climáticos, como o acordo de Paris, realizado entre as nações, para tentar conter o fenômeno, que afetará cada vez mais as futuras gerações e as cidades onde residem. Em âmbito local, empresas de Campinas e institutos de pesquisa, estão desenvolvendo projetos tecnológicos, que estão transformando a mobilidade sustentável, através de veículos menos poluentes, combustíveis renováveis, soluções verdes.
No dia 9 de setembro, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) recebeu executivos da empresa Bosch do Brasil, com o intuito de estreitar relações na área de inovação e tecnologia. A reunião de trabalho foi gerenciada pela Agência de Inovação da Unicamp, a Inova Unicamp, e contou com a participação de executivos da multinacional e com o reitor da Unicamp, Antônio José de Almeida Meirelles. A inteligência artificial foi um dos temas centrais do encontro, tanto em termos de desenvolvimento tecnológico quanto nos impactos sociais que as aplicações de IA geram na vida das pessoas. Para a Bosch não basta aumentar a produtividade e a lucratividade, é preciso pensar nas consequências sociais. “Isso é algo que precisa ser enfrentado em conjunto, não só pela empresa, mas também pelas as instituições de PD&I, pelas instituições públicas e pelos governos”, afirmou o Reitor.
O CEO da Bosch destacou a importância estratégica de Campinas e da Unicamp para a inovação da empresa. “A Bosch é uma multinacional alemã, mas nosso headquarter na América Latina está em Campinas, onde temos mais da metade dos nossos funcionários do Brasil. Essa região tem importância para nós, com as melhores universidades da América Latina, incluindo a Unicamp, de onde atraímos muitos talentos. Trabalhamos juntos em vários projetos e vemos muitas oportunidades de ampliar essa cooperação”, afirmou Diaz Perez.
Projetos em andamento entre Unicamp e Bosch
Dentro do tema da mobilidade sustentável, foram apresentados projetos de parceria entre a Unicamp e a Bosch voltados à transição energética e descarbonização. Entre eles, o desenvolvimento de células a combustível e microrreatores para geração de energia a partir do etanol, coordenado pela Faculdade de Engenharia Química (FEQ), no âmbito do Programa Rota 2030, do Governo Federal. Outro projeto de PD&I, que envolveu a Unicamp e a Bosch, finalizado recentemente, trabalhou para o desenvolvimento de baterias mais seguras e eficazes, com foco na segurança contra incêndios em veículos híbridos e elétricos, conduzido na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), também com fomento público e investimentos privados.
Além disso, o Projeto Rota Conectada, aprovado neste ano e também coordenado pela FEEC, busca desenvolver tecnologias para veículos autônomos e assistidos. Ele envolve o desenvolvimento de sistemas avançados de assistência ao condutor, conhecidos como ADAS (Advanced Driver Assistance Systems), com o objetivo de acelerar a implementação de veículos conectados no Brasil.
Esforços relacionados à captura de carbono também foram apresentados, com foco na separação e armazenamento de CO2 e outros gases do escape de turbinas de plataformas de petróleo, visando reduzir a pegada de carbono. A Unicamp, por meio do Projeto ESA que envolve pesquisadores da FEQ, fará a caracterização e análise de um protótipo da tecnologia desenvolvida pela Bosch, para acelerar a inovação e industrialização do produto, que prevê impactos diretos na sustentabilidade ambiental.
Novas frentes de cooperação e inovação
Ao final da reunião de trabalho, foram discutidas novas áreas para expansão da parceria entre a Unicamp e a Bosch. O debate envolveu ainda docentes da Unicamp, que apresentaram suas competências científicas e tecnológicas, e os executivos e engenheiros da empresa, que comentaram sobre as áreas de interesses da Bosch no Brasil em descarbonização e Inteligência Artificial Generativa (IA-Gen).
A Bosch reforçou seu compromisso com a redução de emissões de CO2, enquanto a universidade se apresentou como um importante parceiro no desenvolvimento de soluções tecnológicas. “Temos uma colaboração importante com a Bosch em projetos relacionados à descarbonização e, agora, estamos explorando novas possibilidades. A empresa reconhece que há grandes oportunidades aqui e isso pode gerar avanços importantes para ambas as partes”, finalizou Meirelles.
Carros cada vez mais conectados – O Programa Rota 2030, criado pelo Governo Federal em julho de 2018, contempla 3 capítulos independentes: 1º) Requisitos obrigatórios para as empresas comercializarem veículos no Brasil (importadoras, montadoras), tendo que atingir níveis mínimos de eficiência energética, podendo atingir patamares superiores; 2º) Mobilidade e Logística: as empresas podem decidir se estão ou não habilitadas para o Programa, e a partir do momento da habilitação, tem direito a deduzir os gastos com pesquisa e desenvolvimento e os impostos a pagar; 3º) Regime tributário de autopeças: o governo reduz a alíquota desde que as empresas se associem à Institutos de Ciência e Tecnologia, à Universidades, centros de PD&I, incrementando assim o ecossistema de inovação.
O Programa ROTA 2030 possui uma linha específica para conectividade veicular, coordenada pela Fundep em parceria com a UFMG, indústrias, institutos de ciência e tecnologia (ICT’s), empresas e startups, além de entidades representativas. O objetivo é produzir pesquisa e inovação de acordo com as seguintes linha temáticas: I – Conectividade: Meio ambiente e Descarbonização; II – Conectividade dos Veículos com o ambiente externo; III – Tecnologia da Privacidade e Segurança de Dados; IV – Serviços Diagnósticos e Manutenção Preditiva de Veículos.
MOVER – No final de 2023 o Programa ROTA 2030 foi substituído pelo MOVER. O programa, que agora tem um período de validade (2023-2027) traz um novo sistema de medição, nova forma de auferir a eficiência energética dos veículos produzidos no Brasil.
https://avozdaindustria.com.br/ inovacao/ rota-2030-o-que-e-e-como-impacta-industrias
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