02/12/2024
Entre os dias 22 e 23 de novembro, aconteceu no Ginásio Multidisciplinar da Unicamp (GMU), a “Mostra Parcerias – Universidade e Escola: Redes Formativas e II Jornada Científica das Escolas da Diretoria de Ensino Campinas Oeste, que teve como objetivo principal “socializar e trocar experiências de parceria entre a Unicamp e as escolas públicas, estaduais e municipais, no âmbito da comunidade acadêmica e das redes de ensino envolvidas no evento, no sentido de criar referências e potencializar novas formas de diálogo, que se pautam no trabalho coletivo”.
O público alvo do evento foram os professores da educação básica, estudantes do ensino superior, professores do ensino superior, estudantes da educação básica. Vários trabalhos (posters) foram elaborados e expostos no dia 23 de novembro, com a presença dos professores e grupos de alunos, que explicaram suas pesquisas ao público presente.
A diversidade dos temas evidencia a potencialidade do trabalho realizado: “Sinergia Cidade-Casa, Casa Sustentável (foto); Confecção de um brinquedo educativo para o ensino de Ciências no Ensino Fundamental II; Documentação Pedagógica: Mini Histórias, um Caminho em Construção; Raízes do Brasil: História, Cultura e Direitos dos Povos Indígenas; A Biomecânica do tiro com arco e a influência da Matemática, da Biologia e da Educação Física; Investigando o mundo com o auxílio do Método Científico; Visita ao Museu Afro Brasil: ensino e representatividade entre os estudantes da E.E. Elvira de Pardo Meo Muraro; Universidade X Escola: Questões sobre o Projeto de Vida na realidade do dia a dia dos alunos da escola pública; Educação infantil no município de Campinas em tempos de Pandemia: desafios para o acolhimento e a garantia dos direitos dos bebês, crianças e famílias; Subprojeto Interdisciplinar Artes Visuais e Música – PIBID/Unicamp; Pequenos cientistas explorando o mundo da física; Captação de metano gerado na avicultura através de biodigestores para a produção de energia térmica; Dança na escola: formação em dança para professores de arte da Diretoria Leste; A influência da alimentação na prevenção da doença de Alzheimer; Ambiente escolar e vestibulares: como eles influenciam na saúde mental do adolescente; Compostagem: adubando conhecimento; VII Congresso de Projetos de apoio à permanência de estudantes de graduação da Unicamp (PAPE-G) – Parceria universidade-escola: “Narrar e (sobre)viver em processos de ensinaraprender”; Introdução à Tecnologia e Robótica; Projeto M.A.F.A.L.D.A. – Meninas na QuímicA, FísicA e EngenhariA para Liderar o Desenvolvimento em CiênciA”; Superação Olímpica: inspiração de atletas olímpicos e paralímpicos para a construção de projetos de vida e alunos do ensino médio; Projeto Cineclube AniMação; Alfabetização como direito da criança e do adolescente; GRUPAD – Grupo de Estudos Alfabetização em Diálogo; Leitura e Escrita na Educação Infantil; Do pluviômetro ao conforto térmico: os estudos meteorológicos nas aulas de educação física; Preferência de escolhas de cursos técnicos por alunos do ensino médio de uma escola”, entre outros temas.
A realização do evento ficou por conta da CPFP – Comissão Permanente de Formação de Professores, Faculdade de Educação da Unicamp, com apoio da Pró Reitoria de Graduação da Universidade e ProEEC – Pró Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura. A responsável pelo trabalho foi a Prof. Dra. Adriana Varani (FE), que também fez parte da Comissão de Organização da Exposição, juntamente com o Prof. Dr. Pedro da Cunha Pinto Neto e Thaís Babi (CPFP).
Descritivo do PROJETO ‘SINERGIA CIDADE-CASA SUSTENTÁVEL’ – A cidade é um Grande Problema, mas também é a Solução! EE Prof Pedro Salvetti Netto, Campinas, SP
O projeto integrou o MUPA 2024-UNICAMP (MUSEUS Unicamp de Portas Abertas), e foi articulado em duas partes a saber: um simulador de uma casa sustentável e outro de uma cidade esponja. A casa usa técnicas de sustentabilidade como células fotovoltaicas, energia eólica,’ garrafa de Moser’, telhado verde, sistema de aquecimento solar de água por convecção, uso de cores e psicologia e marketing verde. A mesma pode ser usada para o ensino de matemática bem como para os princípios de engenharia. Já a cidade-esponja é um simulador em que a própria cidade absorve as ações naturais, usando a própria natureza e obras de engenharia em sinergia com o equilíbrio das ações naturais como: enchentes, cursos de água e ilhas de calor.
O projeto visa expor que o conceito de sustentabilidade não deve ser feito apenas em nossas próprias edificações, mas como também em toda a cidade. Visa a união da teoria e prática, como o lema do MIT
(Instituto de Tecnologia de Massachusetts-EUA) “Mentes e mãos”, onde o processo de aprendizagem do aluno se faz com a teoria respaldada com a prática por projetos.
MUPA – Museus Unicamp de Portas Abertas
O evento aconteceu no dia 23 de novembro, sob a Coordenação da Pró Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC), e do Museu Exploratório de Ciências. Concentrou atividades no estacionamento do Ginásio Multidisciplinar e programação aberta em várias unidades, com visitas, rodas de conversas, oficinas, conversas com alunos bolsistas, demonstrações, associadas ao cotidiano da produção científica na Unicamp. Museus Participantes do Evento: Museu Exploratório de Ciências; Museu da Diversidade Biológica (MDBio); Museu de Artes Visuais (MAV); Instituto de Biologia (IB); Instituto de Química (IQ); Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW); Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC); Instituto de Geociências (IG); Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH); Instituto de Estudos da Linguagem (IEL); Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC); Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (CEPAGRI); Centro Multidisciplinar para Investigação Biológica (CEMIB); Laboratório de Instrumentação para o Ensino de Física (LIEF); Museu de Artes Visuais (MAV); Diretoria de Cultura (DCult), Programa Tempo Profundo (IG); Biblioteca de Obras Raras Fausto Castilho (BORA); Programa de Extensão em Educação Política (PROEEP) e Museu de História Natural de Campinas (participação especial).
No MDBio, Museu da Diversidade Biológica, pudemos visitar o Herbário, coleção de plantas que tem como objetivo a preservação e o estudo de informações botânicas, base para as pesquisas realizadas na área. No mundo todo existem 3.400 herbários, sendo que 211 estão localizados no Brasil. O Herbário UEC (Universidade Estadual de Campinas) é o segundo maior de São Paulo com 210 mil excicatas (200 mil estão disponíveis on line (foto). Na visita conhecemos a Fungoteca, a Coleção de Algas, Estufa de Campo, Material para Coleta Botânica, Quadros com diversas ilustrações científicas, Escritório de Trabalho do Historiador Natural.
Também conhecemos a Biografia da inglesa, Margaret Mee (1909-1988), que foi Artista-Ilustradora pelo Instituto de Botânica de São Paulo. Realizou 15 expedições para a Amazônia, ilustrando a fauna e flora amazonense. Suas pinturas refletem com precisão as estruturas botânicas e foram usadas como forma de conscientização mundial para a preservação do ambiente amazônico.
Também no MDBio, o poster “Extinção é Para Sempre” contou sobre a Lista Vermelha, uma relação das espécies ameaçadas de extinção, criada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). O método da Lista tem como objetivo avaliar o risco que as espécies tem de desaparecer da natureza. A primeira lista foi publicada em 1964. Biólogos, botânicos, zoólogos e outros conservacionistas do mundo todo utilizam essa metodologia, para que as avaliações sejam padronizadas. No Brasil a primeira lista foi publicada em 1968. “Uma espécie ameaçada de extinção pode ser uma planta, um animal, um fungo ou até mesmo um microrganismo, que corre grande risco de desaparecer da natureza num futuro próximo, se nenhuma ação for feita para protegê-la”, destaca o cartaz da exposição.
O Museu de Artes Visuais (MAV), criado em 2012, apresentou o trabalho que desenvolve com o objetivo de promover e difundir a educação, pesquisa e produção de conhecimento em Artes Visuais. Sua coleção é composta de trabalhos de arte moderna e contemporânea, que utilizam diversas linguagens, como a pintura, a gravura, a escultura e a videoarte, totalizando 1000 obras, doadas pelo IA – Instituto de Artes da Unicamp. Obras de artistas como Leda Catunda, Anatol Wladyslaw, Geraldo de Barros, Lasar Segall, Mônica Nador, Paulo de Tarso, Thomaz Perina, Marco do Valle, Fábio de Bittencourt, entre outros, contribuem para o acervo.
No Instituto de Geociências (IG) (foto) conhecemos o Programa Tempo Profundo, que tem como objetivo divulgar as Geociências, através de ações online e presenciais, e foi oficialmente reconhecido em 2021, como programa de extensão no IG. O programa já produziu duas cartilhas de geociências (que podem ser baixadas pelo site www.tempoprofundo.com). O programa realiza 2 eventos presenciais por ano, levando ao público conteúdos geocientíficos através da realização de oficinas, palestras, apresentação de jogos e exposições científicas.
Conversamos com Paula Oddone Souza e com a Professora Carolina Zabini, Coordenadora do Programa Tempo Profundo, que nos relataram suas experiências: “Foi meu primeiro MUPA, mas já tinha participado da UPA deste ano com o Programa Tempo Profundo (PTP), então tinha alguma expectativa de como seria este evento. O público das escolas era, em sua maioria, estudantes entre 14 e 16 anos, muito apressado, com vontade de ver, ouvir e fazer de tudo. Mas pararam para fazer oficinas, rodas de conversas, origamis de animais fósseis, desafios de geociências, visitar a caverna reproduzida pelo grupo Cavus e, para meu espanto, mas nem tanto para a equipe com mais tempo de PTP, os estudantes ficaram longos períodos pintando seixos e fazendo fila para saírem com uma pintura paleo no braço. Atividades inicialmente propostas para o público infantil, mas um sucesso também com os adolescentes. Já as crianças menores se encantavam com universo dos dinossauros, as réplicas, a escavação de fósseis e brincadeiras como “chão é lava”, ambientada num cenário com vulcões e dinossauros. Vi algumas crianças saindo da exposição carregando uma costela na mão como um troféu do esqueleto do abelissauro reproduzido para a escavação. Assistir cenas como esta me trazem uma sensação de recompensa pelo trabalho investido, por ver a comunidade ocupando e se divertindo neste espaço de estudo e pesquisa. Espero que exposições como esta despertem a curiosidade, o interesse pelo conhecimento científico e ganhem cada vez mais espaço dentro e fora da universidade” (Paula Oddone Souza)
“Coordeno o PTP (Programa Tempo Profundo) e desde o início as atividades presenciais realizadas contam com um público expressivo. É incrível sair do mundo virtual (de onde o programa criou suas primeiras ações, durante a pandemia) e perceber que pessoas reais nos conhecem e gostam dos temas que trabalhamos). Percebo, após os eventos, que os alunos da equipe saem realizados ao verem o encantamento e engajamento do público com os materiais e atividades que eles ajudaram a construir. Como orientadora dos alunos e coordenadora do PTP entendo que todos os envolvidos saem ganhando. Os alunos aprendem a se comunicar, trabalhar em equipe, apresentar soluções para abordar conteúdos não tão conhecidos pela sociedade. Os visitantes/participantes dos eventos se envolvem em conteúdos que não são muito trabalhados no ensino formal, conhecem o espaço do instituto de geociências, têm acesso, ao menos em parte, ao acervo do instituto e a oportunidade de perceber que a universidade está aberta a eles. Como coordenadora, aprendo a dialogar com o público e com meus alunos, para percebermos como a troca entre todos nós pode ocorrer, e como ela nos é benéfica. Meu desejo é que ações como essa sejam cada vez mais comuns”. (Carolina Zabini).
O Museu de História Natural (MHN), que está sediado no Bosque dos Jequitibás em Campinas, foi o convidado especial da 3ª edição do MUPA. Junto com a Casa dos Animais Interessantes (cobras do serpentário e lagartos foram trazidos para a Unicamp!), e o Aquário Municipal, possui um acervo de 5 mil peças, incluindo mamíferos, aves, répteis, peixes, insetos e invertebrados. No Serpentário do museu existem atualmente 16 serpentes de 10 espécies diferentes, e algumas tem nome, como Peter (uma píton albina) e Pipoca (cobra que geralmente aparece nas plantações de milho). O lagarto Jefferson também foi atração entre os presentes no evento. As atividades de educação ambiental são muito importantes para o Museu (Visitas Mediadas, Palestras, Passeios, Ecoférias), que em 2024 completou 85 anos.
De acordo com a equipe técnica do MHN: “O Museu de História Natural de Campinas teve o prazer de participar do evento “Museu da Unicamp de Portas Abertas”, recebendo um grande número de alunos das escolas estaduais de Campinas e região. Para tornar a visita ainda mais interativa, o museu levou alguns animais vivos do seu plantel, proporcionando aos estudantes uma experiência única de proximidade com a fauna. Além disso, oferecemos oficinas educativas sobre a construção de cadeias alimentares e morfologia de peixes, que estimularam o pensamento crítico e o aprendizado prático. A exposição sobre dentição de serpentes também foi um grande sucesso, atraindo a curiosidade dos visitantes. Esse evento foi uma excelente oportunidade para aproximar os jovens do mundo da ciência e da biodiversidade, reforçando a importância da educação ambiental. Ficamos felizes em ver o interesse crescente dos alunos e esperamos que o Museu continue a ser um espaço de descoberta e aprendizado para as futuras gerações”.
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