Em 21 de outubro de 1982, a EMBRAPA fundou o Centro Nacional de Defensivos Agrícolas, tendo em 1993 alterado sua denominação para Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento e Avaliação de Impacto Ambiental-CNPMA, no município de Jaguariúna, Estado de São Paulo, e conhecido como EMBRAPA Meio Ambiente, com a finalidade de se promoverem pesquisas na interface entre Meio Ambiente e Agricultura, englobando as atividades agrícolas e pecuárias, florestais e agroindustriais.

No início de suas atividades a Unidade realizou pesquisas que tinham como objetivo a utilização dos defensivos agrícolas de maneira racional. Em poucos anos, as pesquisas tiveram seu foco direcionado para o controle alternativo de pragas e doenças das plantas. Atualmente, reconhecida nacional e internacionalmente, a EMBRAPA Meio Ambiente desenvolve projetos de pesquisa em parceria com Instituições públicas e privadas e atua junto às comunidades rurais, à sociedade e aos principais integrantes da cadeia produtiva. Suas pesquisas inovadoras têm ainda como missão reabilitar as áreas degradadas, utilizando recursos hídricos de forma sustentável, realizando controle biológico de pragas e doenças, além de estudos de biossegurança, biodegradação de agrotóxicos, qualidade da água e sustentabilidade ambiental.

A missão global da EMBRAPA é produzir solução tecnológica desde a pesquisa produzida nas Universidades e empresas, até a mesa do consumidor. Sendo assim, a EMBRAPA Meio ambiente está estruturada em quatro áreas de atuação: 1 – Estudos sobre as mudanças do clima e os efeitos sobre a agricultura, principalmente as emissões de gás de efeito estufa; 2 –    Biotecnologia Ambiental e bioprospecção, uso da biodiversidade como fonte de novos produtos; 3 – Preservação dos recursos naturais e desenvolvimento e avaliação de sistemas sustentáveis de produção; 4 – Avaliação dos impactos ambientais, econômicos e sociais do processo produtivo.

Ao completar 40 anos em 2022, a EMBRAPA Meio Ambiente é considerada uma Unidade central da empresa, com um tema de grande importância – o Meio Ambiente -, e prioritário frente aos desafios colocados por todos os organismos internacionais. Até 2050, o Brasil e diversos países necessitarão aumentar a produtividade de forma sustentável, sem comprometer os ecossistemas e a biodiversidade, buscando uma cultura de vida mais resiliente às mudanças climáticas.

Instituições de Pesquisa vivenciam constante atualização de seus objetos e métodos de investigação, dado que os temas centrais de interesse da sociedade mudam devido à velocidade do desenvolvimento tecnológico e da produção do conhecimento, sendo vital acompanhar tal processo. A missão da EMBRAPA Meio Ambiente é gerar conhecimento, tecnologias, processos e produtos que produzam, preservem e aumentem a sustentabilidade da produção agrícola e da Agropecuária, em geral, mescladas às questões relativas à preservação ambiental.

Instalada numa área de 130 hectares, a Unidade concentra Laboratórios de Pesquisa, Campo Experimental e serviços especiais. O Laboratório de Biogeoquímica Ambiental-LBA realiza análises especialmente ligadas ao Ciclo do Nitrogênio e do Carbono; no Laboratório de Aquicultura e Ecotoxicologia-LAE o destaque é para as análises físico-químicas em água, assim como avaliação do desempenho nutricional em peixes; o Laboratório de Entomologia e Fitopatologia-LEF possui salas climatizadas para criação de insetos, casas de vegetação e equipamentos para extração de DNA das plantas; o Laboratório de Fertilidade e Física-LFS realiza estudos sobre o solo; o Laboratório de Microbiologia Ambiental Raquel Ghini-LMA realiza ensaios com microrganismos e suas interações ecológicas; o Laboratório de Resíduos e Contaminantes-LRC atua principalmente na área de análises de quantificação de resíduos de pesticidas, drogas veterinárias e contaminantes de interesse ambiental.

O novo laboratório que está sendo estruturado e terá como parceira a EMBRAPA Agricultura Digital, o Agnest ou Fazenda Inteligente, ou ainda Laboratório Vivo, será fomentado pela EMBRAPA Meio Ambiente para o desenvolvimento da Ciência e Inovação Aberta. Com os novos desafios ambientais, a empresa juntamente com grandes estabelecimentos do setor, startups e empresas de inovação e negócios, pretende por meio deste novo hub (área de 60 hectares) testar suas pesquisas e novas tecnologias, utilizando a própria natureza como fonte de recursos.

O Sistema de Gestão da Qualidade da EMBRAPA Meio Ambiente está fundamentado na norma ISO 9001. Na reorganização dos espaços de pesquisa da Unidade foi priorizado o uso compartilhado da infraestrutura laboratorial pelas diversas áreas da Unidade, de outras unidades e de parceiros, seguindo a lógica da implantação de Laboratórios Multiusuário.

Adicionalmente à capacidade analítica, a equipe técnica da EMBRAPA Meio Ambiente atua em temas na fronteira do conhecimento, como genômica, metagenômica e nanotecnologia; em problemas de relevância atual e futura, como mudanças climáticas, degradação de recursos hídricos e problemas fitossanitários emergentes; e, em temas propositivos que buscam dar respostas concretas para os desafios da sustentabilidade na Agricultura, como sistemas de produção integrada, boas práticas agrícolas e aquícolas, gestão agroambiental, agricultura de base ecológica, sistemas agroflorestais, agregação de valor a produtos da biodiversidade, modelos de restauração de áreas de proteção permanente, dentre outros.

Em 1º de novembro de 1985, a EMBRAPA fundou a unidade da EMBRAPA Informática Agropecuária, Centro Nacional de Pesquisa Tecnológica em Informática para Agricultura (CNPTIA), hoje a EMBRAPA Agricultura Digital, no campus da UNICAMP, em Campinas.

A EMBRAPA Agricultura Digital é uma das 43 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-EMBRAPA, vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária-MAPA. Instalada em Campinas, SP, tem atuação transversal e conta com equipe multidisciplinar e infraestrutura computacional de alto desempenho. O foco é no desenvolvimento de soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação-TIC para atender demandas do setor agropecuário, apoiar Políticas Públicas e contribuir com o Ecossistema de Inovação Aberta.

A unidade possui parcerias com Governos, Instituições de Pesquisa e Ensino e setor privado afim de fomentar o uso e desenvolvimento de tecnologias emergentes e a inovação para a sustentabilidade da Agricultura em todas as suas dimensões. Também abriga iniciativas estratégicas como: o Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital-CCD AD, projeto multi institucional apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo-FAPESP; a Unidade Mista de Pesquisa e Inovação Digital em Agricultura Tropical-Umipi DITAg, uma parceria da Embrapa com o Senai/Cimatec; o Laboratório Multiusuário de Bioinformática-LMB; e a Unidade Mista de Pesquisa em Genômica Aplicada a Mudanças Climáticas-UMiP/GCCRC, em conjunto com a UNICAMP.

De forma visionária, já em 1985 a EMBRAPA criou um núcleo dedicado às Tecnologias da Informação e Comunicação-TICs que encontraram lugar permanente na agenda da Instituição. Hoje, a EMBRAPA Agricultura Digital dá suporte à transformação digital no campo, colocando a computação como terceiro pilar da pesquisa científica, ao lado da teoria e da experimentação.

Na época, durante a vigência da Reserva de Mercado de Informática, não se visualizava com clareza o futuro desta tecnologia no Brasil. Nesse contexto, a Diretoria-Executiva da EMBRAPA firmou convênio com o Centro Tecnológico para Informática-CTI, vinculado à Secretaria Especial de Informática-SEI da Presidência da República, com o objetivo de desenvolver o projeto denominado “Fábrica de Software”. Foi criado, dessa forma, o Núcleo Tecnológico para Informática Agropecuária-NTIA, funcionando nas instalações do CTI, o atual Centro Nacional de Pesquisas Renato Archer.

Em 1993, o então Núcleo recebeu status de Centro Nacional e transformou-se no Centro Nacional de Pesquisa Tecnológica em Informática para a Agricultura-CNPTIA. Celebrou-se no mesmo ano o Convênio com a UNICAMP para a cessão de uso de terreno na Cidade Universitária Zeferino Vaz, onde seria construída a futura sede da Unidade, utilizando-se recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento-BID, por meio do Programa de Modernização Tecnológica da Agropecuária-PROMOAGRO.

No início de 1996, a inauguração da sede própria da Unidade representou a consolidação da infraestrutura adequada para o desenvolvimento dos trabalhos de pesquisa. Ainda em 1996, em decorrência da implantação da política de comunicação da empresa e com o objetivo de fortalecer a marca EMBRAPA, foram criadas as assinaturas-sínteses das Unidades e o CNPTIA passou a ser denominado EMBRAPA Informática Agropecuária. Em novembro de 2021, a Unidade passou por um reposicionamento e atualizou sua assinatura-síntese com o objetivo de abarcar todas as suas vertentes de atuação, passando a ser chamada de EMBRAPA Agricultura Digital.

Em 1989, em função do crescimento dos atendimentos aos setores público e privado e à reestruturação nas Instituições ambientais proposta pelo programa Nossa Natureza, conduzido pelo Governo Brasileiro, a Diretoria da EMBRAPA criou o Núcleo de Monitoramento Ambiental e de Recursos Naturais por Satélite-NMA em Campinas, SP. A equipe e os meios do Laboratório de Sensoriamento Remoto-CNDPA são então transferidos da EMBRAPA Semiárido, situada em Petrolina, PE, para a nova Unidade e complementados em pessoal e estrutura operacional.

Por dez anos, o NMA desenvolveu métodos e sistemas de monitoramento territorial da Amazônia, do Nordeste e de outras regiões, em diversas escalas. Apoiou com análises territoriais integradas o desenvolvimento e a gestão municipal em centenas de locais e atendeu demandas de inteligência territorial estratégica para dezenas de atores e Instituições do agronegócio nacional, além de empresas e órgãos do setor público federal e estadual

Em 2000, a EMBRAPA reformula o conjunto da sua estrutura e os Núcleos de Pesquisa são extintos e o NMA é transformado no Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento por Satélite-CNPM ou EMBRAPA Monitoramento por Satélite, por decisão da Diretoria da empresa, presidida pelo Dr. Alberto Duque Portugal. Essa transformação levou a uma nova restruturação das atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Em 2008, foi concluída a construção da nova sede da EMBRAPA Monitoramento por Satélite, na Fazenda Chapadão, em Campinas, SP, inaugurada pelo Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, com a presença de cinco ministros de Estado, centenas de representantes do agronegócio, do setor público e do Presidente da empresa, Silvio Crestana, e dirigentes anteriores. Desde a criação do CNPM são atendidas demandas e firmados contratos com diversas associações e empresas do agronegócio, Ministérios Federais (Planejamento, Meio Ambiente, Defesa, Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Regional) e órgãos da Presidência da República.

Em 2016, a diretoria da EMBRAPA, sob a presidência do Dr. Maurício Lopes, criou o Centro Nacional de Pesquisa em Inteligência, Gestão e Monitoramento Territorial-CNPM, a EMBRAPA Territorial, a partir da unificação das Unidades de Gestão Territorial, de Monitoramento por Satélite e do Grupo de Inteligência Territorial Estratégica, dando lugar a diversos ajustes administrativos, de pessoal e equipamentos.

Em 2019, as festividades do 30º aniversário da EMBRAPA Territorial, contou com a presença de vários Ministros de Estado – Agricultura, Defesa, Relações Exteriores, Meio Ambiente – do Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Alceu Moreira e outros deputados. Também estiveram presentes o Presidente da EMBRAPA, Dr. Sebastião Barbosa; o Diretor-Executivo de P&D, Dr. Celso Moretti, o Presidente do Conselho de Administração, Fernando Camargo; além de gestores de diversas Unidades e mais de 300 representantes de Entidades e Associações do agronegócio, da comunidade científica, de Prefeituras e Organizações Não-Governamentais.

A EMBRAPA Territorial unificou e tornou operacional o tratamento de grandes bancos de dados da agropecuária, em bases territoriais, algo sem equivalente no país. Pesquisa com propósito e inovação para problemas reais. O Centro de Pesquisas tornou-se um instrumento estratégico para o desenvolvimento e a defesa da agropecuária. São muitos beneficiários no país todo: mais de 1.400 cooperativas, associações, fazendas, agroindústrias, empresas de insumos, implementos, máquinas e produtos de saúde animal e vegetal, Sindicatos Rurais, Federações Estaduais de Agricultura e de Indústria, agências, Institutos de Pesquisa, Secretarias Estaduais de Agricultura, Frentes Parlamentares e Secretarias de diversos Ministérios do Governo.

A EMBRAPA Territorial dispõe de instalações modernas e de uma estrutura de hardware e software de primeira linha, atual e potente. Contudo, o mais relevante é o seu brainware: uma equipe capaz de analisar dados, gerar informações pertinentes aos problemas e aos desafios apresentados pelo setor público e privado e propor soluções viáveis e aplicáveis, no curto prazo, para a agropecuária nacional. Ao longo de sua história, já estabeleceu parcerias e colaborações com a quase totalidade dos Centros de Pesquisa da EMBRAPA, envolvendo centenas de pesquisadores e analistas da empresa, do Acre à Paraíba, do Rio Grande do Sul ao Amapá e Roraima. A capacidade de mudar sem rupturas, de acompanhar as transformações da agropecuária nacional, sempre vinculada aos desafios tecnológicos do mundo rural, tem sido a marca da EMBRAPA Territorial.

Após a criação da Unidade, os produtores já não mantêm mais os olhos no céu para decidir o melhor momento de plantar, pois contam com informações geradas por satélites e compartilhadas pela Internet. As informações territoriais da agropecuária e de seu contexto, fornecidas pela EMBRAPA Territorial, atendem demandas e servem de base para o agronegócio investir em empreendimentos, ampliar áreas de investimentos, integrar e diversificar produções, ganhar escala, instalar pontos de distribuição de insumos e serviços, evitar impactos ecológicos e socioeconômicos negativos, ampliar sinergias produtivas e implantar agroindústrias e equipamentos logísticos.

A EMBRAPA Territorial não trabalha com variedades, nem com sementes; não estuda bovinos, nem aves; nem desenvolve técnicas de irrigação ou de trabalho de solos. Seu foco é o conhecimento territorial da Agropecuária Brasileira. Desde sua origem, recebe e atende demandas de lideranças e associações do mundo rural, de agentes do sistema financeiro, da agroindústria, de empresas da área de logística, de máquinas e suprimentos, de Governos Estaduais e Municipais, de Câmaras Legislativas e organismos ministeriais de planejamento, gestão e execução de Políticas Públicas e, sobretudo, diretamente de muitos produtores e lideranças rurais.