O Instituto de Zootecnia-IZ tem origem em julho de 1905, quando foi criado o Posto Zootécnico Central, no bairro paulistano da Moóca, pelo então Secretário Estadual de Agricultura Carlos Botelho. Em 1929, o Posto foi transferido para o Parque da Água Branca, também na capital. Em janeiro de 1970, o órgão recebeu a denominação oficial de Instituto de Zootecnia, e cinco anos depois é transferido para o interior do Estado, na cidade de Nova Odessa, em São Paulo.
Atualmente, o IZ possui seis Centros de Pesquisas. Em Nova Odessa estão localizados o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Bovinos Leiteiros (com foco na qualidade do leite, essencial para a exportação); o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Pastagens e Alimentação Animal; o Centro de Genética e Reprodução Animal (tratando de material forrageiro, banco de germoplasma com mais de mil espécies de leguminosas e 200 espécies de gramíneas) e o Centro de Zootecnia Diversificada. Em Sertãozinho está localizado o Centro Avançado de Pesquisa e Desenvolvimento de Bovinos de Corte (destaque para a prova de ganho de peso da raça Nelore, da década de 70 até hoje obteve-se ao aumento do peso dos animais em 1 arroba). Além dos Centros, o IZ conta com cinco Unidades de Pesquisa e Desenvolvimento no interior de São Paulo, nos seguintes municípios: Registro, Tanquinho (Piracicaba), Itapeva, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, local onde foi instalado em 2022, o novo Centro de Pesquisa em Pecuária Sustentável.
O Centro Avançado de Pesquisa e Desenvolvimento de Bovinos de Corte, em Sertãozinho, é um parque tecnológico que contempla todas as disciplinas envolvidas na cadeia produtiva, desde a estrutura básica, que são as fazendas, os rebanhos, os equipamentos laboratoriais de vanguarda, até os produtos e processos que têm como objetivo alcançar o consumidor final: “Todas as tecnologias geradas pelo Instituto de Zootecnica e transferidas ao produtor rural chegam até nós, consumidores, diariamente em nossa mesa. O IZ está próximo de você no café da manhã, naquele leite quentinho e no queijo fresco, além do ovo mexido e no iogurte. No almoço ou jantar, ao comer aquele bife saboroso, um bolinho de carne, ou até um ovo estalado. Sem deixar de fora aquele churrasquinho no fim de semana”, (palavras do Diretor-Geral do Instituto em 2023, Enilson Ribeiro).
Em Nova Odessa, no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Bovinos Leiteiros, a maior parte das pesquisas tem como foco principal a qualidade do leite produzido. Através do Laboratório Móvel, o Centro leva informação aos produtores, fruto das pesquisas realizadas, para que de fato possam utilizar todos os recursos existentes em suas propriedades e assim produzir um leite de melhor qualidade.
Em 2021, em Nova Odessa, o IZ inaugurou dois novos espaços o Aviário Experimental do Laboratório de Aves e Ovos-LAAVIZ e a Casa de Vegetação e Unidade de Apoio. As estruturas foram instaladas para ampliar e atender às demandas do setor e receberam investimentos de R$ 168,5 mil. No novo Aviário Experimental são desenvolvidas pesquisas direcionadas à avicultura comercial e conservacionista, complementando os trabalhos do Laboratório de Aves e Ovos. De acordo com o Diretor do Laboratório de Aves e Ovos, José Evandro de Moraes, o Aviário Experimental possibilitou simular os sistemas produtivos convencionais, fazendo avaliações nutricionais, de bem-estar animal, manejo e genética. O Estado de São Paulo é o maior produtor de ovos do País, sendo responsável por 25,6% do total do país.
Dos capins da África ao capim aruana, o preferido dos animais, a Casa de Vegetação fornece apoio ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Pastagens e Alimentação Animal, que desenvolve trabalhos em 400 canteiros de plantas forrageiras. “É fundamental a manutenção e adequação das estruturas para pesquisas, possibilitando a continuidade dos trabalhos científicos sempre com excelência na área”, diz a diretora do Centro, Luciana Gerdes. A finalidade é selecionar as plantas de maior interesse para os diversos solos e ecorregiões, trabalhando principalmente no lançamento de novos cultivares, variedades ou híbridos superiores.
O Instituto de Zootecnia é referência nacional e internacional em produção animal e pastagens. Foi o IZ que desenvolveu o capim aruana, em 1989, que já passou por melhoramentos desde então, e tem se mostrado uma excelente opção para o cultivo em sistemas integrados. Trabalho em andamento realizado pela pesquisadora Karina Batista mostra que o capim aruana possibilitou a redução de 55% da incidência de plantas daninhas na cultura de soja, e de 47% no caso do milho. Nesse último, também aumentou a produtividade do grão em três sacas por hectare. Para se ter uma projeção do impacto dessa associação, a produção brasileira de milho em 2021/2022 foi estimada em 118,155 milhões de toneladas, mercado com faturamento em torno de US$ 3,4 bilhões anuais.
Além do uso integrado com grãos, o capim aruana é usado com sucesso na produção de ovinos e de equinos e de bovinos, tanto de leite quanto de corte. O aprimoramento das cultivares utilizadas e do manejo das áreas de plantio são tecnologias geradas pelo IZ e transferidas aos técnicos e produtores rurais, com vistas a um ganho expressivo de produtividade animal e à maior perenidade dos pastos.
Valem como destaques de resultados das pesquisas do Instituto de Zootecnia: os primeiros touros gêmeos do Brasil; a hibridação de forrageiras, com pastos mais saudáveis; na ovinocultura, o sistema intensivo de criação de ovinos (abate precoce dos cordeiros, tecnologia alcançada após 20 anos de pesquisas); o patamar de milhares de pesquisas realizadas em um século de trabalho; mais de 600 mil doses de sêmen comercializadas; entre outros. Desde 2009, o Instituto oferece curso de Pós-Graduação em âmbito de Mestrado, com foco na produção animal eficiente, qualidade de produto animal e redução dos impactos ambientais.
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