16 set Conheça os trabalhos selecionados para a semifinal do Transforme sua Pesquisa em Negócio
Dez trabalhos de diversas universidades, instituições e empresas foram selecionados para a fase 2 do programa “Transforme sua Pesquisa em Negócio”, realizada pela Fundação Fórum Campinas Inovadora (FFCi). A iniciativa prevê uma série de atividades para desenvolver habilidades empreendedoras entre pesquisadores para que apresentem resultados dos seus estudos para o mercado.
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As pesquisas selecionadas são ligadas a universidades como Unicamp, São Leopoldo Mandic, além de instituições e empresas como Farmanguinhos/FioCruz, UVCtec Equipamentos Ultravioleta, Sonar Cultural Pesquisas LTDA e Entropic Solutions.
Neste ano, o programa recebeu cerca de 60 inscritos que participaram de um treinamento de Lean Canvas e entregaram um modelo de negócio baseado em suas pesquisas. Os trabalhos foram avaliados por profissionais especializados em diversas áreas e os dez selecionados passarão agora por mentorias e treinamento de pitch.
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A próxima fase do programa selecionará os participantes que estarão na final, no dia 27/10, onde serão avaliados por uma banca de especialistas. O vencedor escolhido pela banca ganhará um prêmio de R$ 3 mil e poderá utilizar por três meses o coworking do Espaço Mescla, da PUC-Campinas, além de participar do Programa de Aceleração da Universidade. Também será selecionado um participante com pesquisa focada na área de saúde que esteja entre as 10 melhores colocadas para aceleração no Hub Mandic.
O programa tem patrocínio do Ifood, Hub Mandic Health Innovation, Espaço Mescla e apoio da Agência de Inovação Inova Unicamp, São Leopoldo Mandic, Fundepag, PUC-Campinas, CNPEM, Prefeitura de Campinas e Campinas Tech, Embrapa, Agência USP de Inovação e Scibiz.
Confira as pesquisas selecionadas:
Serviços de acessibilidade para pessoas com deficiência intelectual: a experiência dos educadores de museus de arte – doutoranda Agda Cristina Brigatto (Unicamp)
A tecnologia decorrente desta pesquisa está em oferecimento formação voltada para profissionais que trabalham com acessibilidade à arte para pessoas com deficiência intelectual em museus, instituições culturais, escolas, instituições especializadas, etc. Esta pesquisa estudou os serviços de acessibilidade da Pinacoteca do Estado e do Museu de Arte Moderna de São Paulo verificando que, se comparada a acessibilidade física e sensorial, os serviços de acesso voltados para a pessoa com deficiência intelectual ainda são imprecisos. A compilação dos materiais, recursos e experiências de acesso descritas nesta tese e usadas neste modelo de negócio, podem amparar a formação de outros profissionais por meio de palestras, cursos e materiais didáticos e referenciais contendo conceitos que definem a deficiência, a acessibilidade comunicacional, atitudinal e cognitiva a fim de que os espaços possam criar seus próprios serviços de acessibilidade à arte para o público com deficiência intelectual.
Conjunto de arcos dentais pré-fabricados flexíveis e com dentes ajustáveis – pesquisadora Almenara de Souza Fonseca Silva (Faculdade São Leopoldo Mandic)
Pesquisa de pós-doutorado. Os arcos dentais pré-fabricados, flexíveis com dentes ajustáveis consistem em um novo material odontológico, que representa uma alternativa de apresentação para os dentes artificiais, que são comercializados individualmente. Tais arcos são formados por dentes superiores e inferiores pré-montados ordenadamente sobre bases flexíveis em forma de arco e constituídas de elastômero acrílico (borracha), similar às arcadas dentárias. Os arcos apresentam capacidade de movimentação tridimensional para possibilitar adaptação à anatomia e fisiologia de pacientes desdentados. Assim é possível montar todos os dentes superiores ou inferiores de uma só vez. O material da base também permite ajuste de cada dente individualmente, através de alterações de posicionamento, inclinação ou alinhamento, de modo simples, produzindo peças protéticas personalizadas. Seu emprego torna mais fácil e rápido o processo de confecção das próteses dentárias.
Música em Transe – pesquisadora Daniela Ribas Ghezzi (Sonar Cultural Pesquisas LTDA)
Considerando que tecnologia é o conjunto de técnicas de qualquer domínio da atividade humana, a pesquisa forneceu as bases teóricas para o desenvolvimento de um conjunto de técnicas capazes de fornecer um método prático para músicos que desejam incorporar o comportamento do público às suas estratégias criativas e de negócios. O método ID_Musique organiza atributos de identidade de artistas; os mobiliza estrategicamente para intensificar a relação com o público; usa as ciências sociais para interpretar o comportamento dos fãs; fornece entendimentos sobre os motivos que levam o público a se identificar com artistas e suas obras; interpreta como tais atributos se manifestam no nicho musical; indica caminhos para que o trabalho criativo e os modelos de negócio se beneficiem da relação com o público. O método oferece 12 Canvas na plataforma on-line de design thinking Mural, possibilitando o trabalho colaborativo e a co-criação entre os diversos membros de um mesmo projeto.
Desenvolvimento de chocolate em barra sem adição de açúcar, enriquecido com pimenta dedo-de-moça (Capsicum baccatum) e estudo do perfil sensorial – mestrando Gabriel Almeida Rodrigues Martins (Unicamp)
O mercado consumidor brasileiro está apresentando mudanças, influenciado pelo maior acesso à educação e facilidade de informação, levando este na busca por alternativas de alimentos tidos como mais saudáveis. Neste sentido, alinhado as macrotendências globais de consumo alimentício, os consumidores fomentam melhorar suas qualidades de vida optando pela redução do consumo de ingredientes associados a malefícios a saúde quando ingeridos em excesso, como o açúcar refinado. Assim, a proposta de elaborar um chocolate em barras sem adição de açúcar, suprindo este com edulcorante natural estévia (Stevia rebaudiana) acrescido de ingredientes que aportem benefícios a saúde. Estas propriedades são oriundas da Capsicum baccatum, maltitol (poliol) e inulina (fibra dietética), introduzidos utilizando um abordagem adaptada da metodologia clássica de processamento do produto elaborado. Após o desenvolvimento das
formulações, se verificará através de técnicas de análise sensorial a influência do consumidor e avaliadores treinados na escolha e consumo do produto, sendo estes aliados na sugestão para formulações adequadas aos novos padrões de consumo.
Impressão 3D de medicamentos “Inovação na dose certa” – pesquisadora Janine Boniatti (Farmanguinhos/FioCruz)
A impressão 3D, ou manufatura aditiva, possibilita a obtenção de um objeto em três dimensões a partir de um modelo desenvolvido em um software. Esta tecnologia tem demonstrado um futuro promissor para a produção de medicamentos, especialmente a técnica de modelagem de deposição fundida. O medicamento é obtido a partir da fusão de materiais poliméricos e deposição de camada a camada sobre uma placa. Como resultado, pode-se obter formas farmacêuticas com características como formato, tamanho e densidade variadas. A impressão 3D de medicamentos possui vantagens que podem solucionar problemas como: a) a produção de medicamentos polifármacos (polypill), por exemplo, um único medicamento contendo todos os fármacos que um idoso precisa utilizar em um dia, b) personalização da dose, forma e cores de acordo com o paciente acarretando no aumento da eficácia no tratamento, diminuição dos efeitos tóxicos e colaterais e, c) produção sob demanda que irá reduzir geração de resíduos e estocagem.
Lignina quimicamente modificada como insumo para indústria de filamentos renováveis para impressão 3D – pesquisadora Julia Gouveia (Entropic Solutions)
A principal matéria-prima para fabricação de filamentos para impressão 3D é o poli (ácido láctico) (PLA), o qual apesar de ser de origem renovável, possui desvantagens funcionais, como baixa resistência mecânica, e comerciais, por ser um insumo 100% importado. Atualmente, no Brasil, são produzidas 20 mil toneladas/ano de lignina kraft, subproduto da produção de papel, sendo que apenas um baixo percentual é utilizado em aplicações de alto valor agregado. A dificuldade de seu uso se dá pela baixa compatibilidade de lignina com sistemas convencionais, barreira que pode ser superada pela modificação química da lignina. Portanto, nossa solução é o
fornecimento de lignina quimicamente modificada como matéria-prima para a produção de filamentos para impressão 3D a partir de lignina e PLA. A sua inclusão tem potencial de melhorar as propriedades mecânicas do PLA, a partir do uso de uma matéria-prima 100% nacional e renovável, promovendo assim um impacto socioeconômico e ambiental positivo.
Técnica rápida para detectar a identidade de cada denominação de origem de cafés especiais brasileiros torrados – doutorando Michel Rocha Baqueta (Unicamp)
A tecnologia utilizada para rastreabilidade e certificação dos cafés com denominação de origem é baseada em um espectrômetro comercial ultracompacto e fácil de usar que opera com a radiação na região do infravermelho próximo. O dispositivo é alimentado por um USB e pode ser transportado para qualquer local, com apenas uma conexão simples a um laptop, tablete ou até mesmo um smartphone. Seu funcionamento é relativamente simples: uma fonte de luz é emitida sobre a amostra e um sistema óptico coleta e registra o sinal. Essa informação é transferida ao laptop acoplado ao dispositivo e decodificada na forma de um gráfico. É como se cada amostra fornecesse uma impressão digital única. A partir dos dados, um algoritmo especializado é utilizado para construir modelos com capacidade de preditiva e por deles uma nova amostra é comparada às que estão presentes no banco de dados e é possível identificar se suas características são ou não semelhantes as demais.
Desinfecção por irradiação ultravioleta faixa C – pesquisador Oscar de Figueiredo Torres Junior (UVCtec Equipamentos Ultravioleta Ltda)
O uso de radiação ultravioleta faixa C (UVC) para desinfecção não é novidade. É bem conhecido que a radiação mencionada, inativa microrganismos de qualquer espécie (vírus, bactérias, fungos etc), por meio da degradação de seu material genético inibindo sua capacidade de reprodução. A banda ultravioleta-C na faixa de 254 nm reduz os microrganismos no ar e em superfícies, dependendo da irradiância do dispositivo, tempo do ciclo de aplicação e tipo de patógeno alvo, mas não descartando a forma como o processo é realizado, e este é o foco deste trabalho.
Luz Ultravioleta no ambiente hospitalar – doutorando Rogério Torres (Unicamp)
A luz ultravioleta é capaz de eliminar microrganismos como vírus, bactérias e fungos que estão em suspensão no ar ou sobre as superfícies das salas cirúrgicas, quartos e outros ambientes hospitalares. A aplicação da luz ultravioleta é feita por uma grande luminária móvel. É de fácil transporte ao ser empurrado pelo suporte para os diferentes locais de aplicação. No ambiente a ser limpo a luminária de ultravioleta é devidamente posicionada, o cabo de energia é conectado a tomada, o responsável pela aplicação da luz ultravioleta se retira da sala, pois a tarefa só pode ser feita na ausência de pessoas. A luminária é ativada por controle remoto permanecendo acesa por tempo programado em função do tamanho da sala. Figura1. Equipamento móvel montado sobre rodas e de fácil transporte.
Plano Operacional Padrão, gerenciado por aplicativo, para processos e rotinas de ASB em consultórios e clínicas odontológicas – mestranda Renata Silva de Azeredo Lopes (Faculdade São Leopoldo Mandic)
O produto é o aplicativo que facilitará a construção de Planos Operacionais Padrão (POP) para clínicas odontológicas. Voltado à rotina das Auxiliares de Saúde Bucal (ASB), permitirá rastrear processos e estabelecer o passo-a-passo das rotinas, proporcionando objetivos claros a serem cumpridos pela equipe. É uma ferramenta inovadora que permite a construção do POP a partir de guias e modelos customizáveis, reduzindo a complexidade de elaboração dos documentos e facilitando o acesso às informações por mecanismos de busca interna por palavras-chave. Com interface amigável e intuitiva, processos administrativos e técnicos poderão ser desenvolvidos de forma leve e sistematizada. Como resultado, acredita-se que proporcionará: o aumento do desempenho e eficiência da empresa; maior comprometimento, responsabilidade e qualidade do serviço; a melhora da comunicação entre os funcionários, através de “checklists” auditáveis; facilitará treinamentos, melhorará a segurança do trabalho e reduzirá custos.
Com informações: Assessoria de Imprensa FFCi
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Texto: Bruna Mozer